BLOG ESPIRITUALIDADE E RELIGIOSIDADE. AUTOR: ÁLAZE GABRIEL GIFTED.
TEXTO RASCUNHO
Autoria: Álaze Gabriel Gifted.
RESUMO
O
presente trabalho visa explanar os conceitos de intelectualidade, temperamento
emocional, espiritualidade, mente, corpo e espírito. Elucida as influências da
intelectualidade na espiritualidade e vice-versa. Apresenta uma síntese de
outras pesquisas já realizadas sobre o assunto, porém segundo a visão
particular de Álaze Gabriel.
INTRODUÇÃO
O
ser humano é uno e inimitável; as diferenças são inerentes à própria vida.
Somos um composto de corpo, mente e espírito. Nosso corpo é o instrumento
necessário para a operacionalização de nossos pensamentos, desejos e
motivações. Nosso espírito é a centelha de vida que faz funcionar o nosso corpo
e a nossa mente.
Enquanto
o corpo pode ser entendido como o conjunto de sistemas fisiológicos, a mente
transcende ao material. Nossa mentalidade, a psique (do grego), pode ser
agrupada em três categorias: a intelectualidade, o temperamento emocional e a
espiritualidade.
A
intelectualidade é o conjunto das faculdades intelectuais, pelas quais as
impressões tangíveis ou intangíveis, recebidas pelos sentidos, se tornam
inteligíveis. Essas faculdades desenvolvidas nos qualificam ou capacitam a
perceber, interpretar, analisar, compreender, aprender e penetrar com mais
agudeza e perspicácia em nossas investigações.
O
temperamento emocional implica disposições/inclinações
genético-constitucionais, portanto hereditárias. Hipócrates
(há cerca de 2400 anos), filósofo grego, foi o primeiro a formular uma
teoria do temperamento, denominada Teoria Humoral, baseando-na teoria dos
quatro elementos de Empédocles. Segundo ele há quatro tipos de temperamento,
conforme a predominância de um dos líquidos/humores corporais: sanguíneo (sangue), fleumático
(linfa ou fleuma),
colérico (bílis)
e melancólico (astrabílis ou bílis negra). Cada um deles possui uma determinada
característica:
· Sanguíneo: expansivo,
otimista, mas irritável e impulsivo;
· Fleumático: sonhador,
pacífico e dócil, preso aos hábitos e distante das paixões;
· Colérico: ambicioso e
dominador; tem propensão a reações abruptas e explosivas;
· Melancólico: nervoso e
excitável, tendendo ao pessimismo, ao rancor e à solidão.
Essa
teoria entrou na idade média através de Galeno e
influenciou todo o pensamento ocidental. Embora a associação dos temperamentos
com fluídos corporais seja obsoleta, a teoria dos quatro humores foi adaptada
por outros pesquisadores, muitos sem usar os nomes originais, e muitos acrescentaram
a extroversão como um novo fator, que determinaria os relacionamentos
interpessoais. Como exemplos temos:
Contudo,
combinando os quatro tipos de temperamentos especificados por Empédocles e
Hipócrates um a um, dois a dois, três a três e quatro a quatro, perfazemos um
total de 21 combinações possíveis, de acordo com a predominância de cada um
deles, a saber:
A
classificação tipológica de Myers Briggs (do inglês
Myers-Briggs Type Indicator - MBTI), adaptação e evolução
da Teoria Humoral, é um instrumento utilizado para identificar características
e preferências pessoais. Katharine Cook Briggs e sua filha Isabel Briggs Myers desenvolveram o indicador
durante a Segunda Guerra Mundial, baseadas nas teorias de Carl
Gustav Jung sobre os Tipos Psicológicos. O
CPP Inc., editor do instrumento MBTI, o chama de "a avaliação de
personalidade mais amplamente utilizada no mundo”, com até dois milhões de
avaliações administradas anualmente. O CPP e outros defensores afirmam que o
indicador atende ou ultrapassa a confiabilidade de outros instrumentos
psicológicos e inclui relatos do comportamento individual. Estudos têm
encontrado forte apoio à validade, consistência interna e confiabilidade
(teste-reteste), mesmo havendo sido observadas algumas oscilações. Entretanto,
alguns psicólogos acadêmicos criticaram o indicador, afirmando que este
"carece de dados válidos convincentes". O uso do MBTI como um
prognosticador do sucesso profissional não recebe suporte em estudos, e seu uso
com este propósito é expressamente desencorajado no Manual.
Um
conceito fundamental para o MBTI é "Tipo Psicológico". A ideia é que
os indivíduos acham certas maneiras de pensar e agir mais fáceis que as outras.
O MBTI postula a existência de quatro pares opostos de maneiras de pensar e
agir, chamados dicotomias (dimensões). As preferências/dicotomias são
normalmente indicadas por letras maiúsculas que indicam cada uma delas.
Às
quatro dicotomias correspondem 16 tipos psicológicos que podem ser divididos em
4 grupos de temperamentos (ordenados segundo a frequência na população nos
Estados Unidos em How
Frequent Is My Type?:
·
SJs' (sensoriais-julgadores) ou Guardiões (46,1%) – antigo fleumático
·
SPs' (sensoriais-perceptivos) ou Artesãos (27%) – antigo sanguíneo
·
NFs' (intuitivos-sentimentais) ou Idealistas (16,5%) – antigo melancólico
·
NTs' (intuitivos-racionalistas) ou Racionais (10,4%) – antigo colérico
Segundo
a classificação tipológica de Myers Briggs, os 16 tipos psicológicos são:
O
MBTI é frequentemente utilizado nas áreas de aconselhamento de carreira,
pedagogia, dinâmicas de grupo, orientação profissional, treino de liderança,
aconselhamento matrimonial e desenvolvimento pessoal, entre outros.
O
temperamento emocional é hereditário, isto é, herdado geneticamente de nossos
ascendentes e passados aos nossos descendentes. O potencial intelectual também
é hereditário, assim como o nosso corpo, embora ambos sejam desenvolvidos durante
nossa jornada terrestre.
A
espiritualidade, entretanto, particularmente como vejo, transcende a
predisposição genética, tendo intimidade com o nosso subconsciente. Se
compararmos a vida com um livro, então podemos denominar o corpo do texto como nossa
jornada terrestre, mas o todo do livro incluindo também todas as perigrafias
como sendo o desenvolvimento da espiritualidade. Quero dizer que, ao passo que
nossa mente física centra-se na consciência, nossa espiritualidade vai mais
além alcançando tanto a nossa consciência como nossa subconsciência. Enquanto
nossa mente física só se vale das lembranças de hoje, da vida atual ou do mundo
em que vivemos atualmente, nossa espiritualidade traduz-se na capacidade de
memorar, meditar, reviver, analisar e retificar as experiências do espírito por
meio do desenvolvimento de virtudes, tais como humildade, justiça, respeito,
misericórdia, bondade, longanimidade, enfim, o fruto composto do amor.
Logo,
só desenvolvemo-nos espiritualmente quando nos desprendemos do plano material e
de suas relativas riquezas, focando nossos pensamentos, desejos e motivações no
plano espiritual, nos valores morais e espirituais.
INFLUÊNCIAS DA
INTELECUTALIDADE NO DESENVOLVIMENTO DA ESPIRITUALIDADE
É
digno de nota que nosso potencial intelectual tende a nos beneficiar no
exercício de nossas faculdades mentais e físicas. Quanto mais inteligentes
formos, melhores condições mentais teremos de operacionalizar nossos intentos,
condicionados, é claro, às nossas possibilidades físicas e ambientais.
Destarte, a intelectualidade influi diretamente no desenvolvimento da nossa
espiritualidade.
Tomando
como exemplos a Jesus Cristo, seus apóstolos e discípulos, bem como todos os
demais servos de Jeová de todos os tempos, apercebemo-nos de que dentre todos
esses servos fiéis e abnegados, humildes e justos, de Jeová serviram
proporcionalmente segundo as suas capacidades, que variavam de acordo com
condições físicas, mentais e ambientais.
Dentre
do grupo do pequeno rebanho, isto é, aqueles que, segundo Jeová, reinarão com
Cristo durante o Reinado Milenar, Paulo, Pedro e João fizeram mais que os
demais apóstolos do primeiro século da EC. Isso esteve diretamente relacionado
ao patamar intelectual deles. Desse exemplo é também possível destacar a dessemelhança
entre inteligência e cognição, pois embora Paulo fosse douto e Pedro e João
fossem indoutos, os três possuíam potencial intelectual maior do que os demais
(eram superdotados). Assim, ao passo que cognição alude-se ao objeto agregado
pelo sujeito, a inteligência traduz-se na capacidade de processar informações.
A
inteligência é, de fato, dessemelhante do conhecimento. Defino por inteligência
a capacidade de processamento de informações, mensurada em termos de velocidade
e qualidade. Defino por conhecimento o objeto agregado pelo sujeito, podendo
ser expresso (teórico), tácito/empírico (prático), esotérico/endógeno (interno
a uma entidade) ou exotérico/exógeno (externo a uma entidade). Posso comparar a
inteligência com a frequência de operação de um microprocessador, enquanto o
conhecimento são as informações (dados, arquivos, pastas, diretórios, etc)
salvos no computador. Digamos que você compre um PC novíssimo em folha nesse
exato momento. Tente imaginá-lo sem alguma informação - é claro que atualmente
isso é quase impossível, visto que com o sistema operacional instalado alguma
informação sempre há - mas tente imaginar um PC operacionalizável sem alguma
informação. Mesmo sem alguma informação, sua frequência de operação será a
mesma, isto é, sua capacidade de processamento de informações manter-se-á
inalterável. Ainda que somente com as informações salvas é que se dê para
testar a sua frequência (comumente mensurada pelo clock), mesmo sem elas, a
frequência não aumentará nem diminuirá sozinha, por esse motivo. O que quero
dizer com isso? É que no meu caso, sou superdotado nato, ou seja, já nasci
superdotado. Em outras palavras, no exato momento em que saí da barriga de
minha genitora, eu já possuía uma intelectualidade extraordinária, uma
capacidade de processamento de informações fabulosa. Corolários: a) a
inteligência independe do conhecimento para existir, embora só se torne nítida
com o acúmulo desse e mediante testes específicos; b) é mentira que uma pessoa
precise ser alfabetizada para ser superdotada, pois a superdotação intelectual
nada tem a ver com o conhecimento mas sim com a inteligência.
Podemos
afirmar corretamente que quanto maior nosso nível intelectual maiores as
condições mentais para o desenvolvimento espiritual e humano como um todo. Isso
significa que indivíduos mais inteligentes deveriam ser também mais
espiritualizados, o que infelizmente não ocorre na prática. Com grandes
habilidades surgem grandes responsabilidades. Se nossa capacidade intelectual é
maior, evidentemente nossos limites são maiores, Satanás pode nos provar de
formas mais severas e Jeová nos cobra proporcionalmente às nossas capacidades.
Entretanto, com capacidade reduzida, as provações permitidas seguem o compasso
das nossas possibilidades e Jeová nos cobra proporcionalmente ao que podemos
fazer no momento.
Quais
as inferências corretas sobre indivíduos extremamente inteligentes que não são
espiritualizados? É a mesma que utilizamos para análise do caso de Satanás e
seus demônios. São, indubitavelmente, muito mais inteligentes que nós humanos,
porém atrozes, moralmente inferiores. Por isso o julgamento desses necessita
ser extremamente pesado, pois a justiça de Jeová requer que sejam sancionados
na mesma proporção da capacidade que eles possuem de fazer o bem e, mesmo assim,
não o fazerem. Não há, pois, justificativas, para suas ações. Se nós humanos,
dentro de nossas limitadas condições físicas, mentais e espirituais, já
possuímos um enorme potencial espiritual e, muitos de nós, conseguimos imitar a
Jeová e a Jesus Cristo, porque Satanás e seus demônios, cujas condições
corpóreas (pois possuem corpos espirituais) e mentais são superiores às nossas,
não conseguiriam? Claramente identificamos a arrogância, o desrespeito, o ódio
a Jeová e a seus propósitos como as raízes da atuação da organização satânica.
INFLUÊNCIA DA
ESPIRITUALIDADE NO DESENVOLVIMENTO DA INTELECTUALIDADE
A
intelectualidade deve ser entendida como a capacidade desenvolvida pelo
espírito, de compreensão universalista do todo, promovida e sustentada no espírito
pela maestria da espiritualidade nele presente. Intelectualidade não é
academicismo, ou seja, o aprendizado das áreas do conhecimento que tão bem as
instituições de ensino, sérias, nos instruem. Nem mesmo o aprendizado dessas
áreas através da via autodidata.
Intelectualidade
significa, exatamente, desenvolver as faculdades da inteligência, ou
instrumentos, ou aparelhos do intelecto como a razão, a consciência, a
compreensão, a percepção, a concepção, a imaginação, a memória, a lógica, o
raciocínio dedutivo e indutivo.
Através
dessas faculdades da inteligência é que adquirimos conhecimentos, nos
instruímos e nos aperfeiçoamos. A intelectualidade provê os instrumentos
necessários à investigação e compreensão de nós mesmos e do Universo, à análise
e à síntese de todos os fatos e fenômenos físicos e psíquicos e à descoberta
das leis naturais que os regem. Esses instrumentos são os recursos
indispensáveis para o entendimento do binômio Força e Matéria, de que o
Universo todo é constituído.
Um
alerta: devemos desenvolver a intelectualidade alicerçada nas bases sólidas da
espiritualidade, pois somente assim conseguiremos alcançar o autoconhecimento e
o conhecimento de tudo que está a nossa volta, o Universo.
O
Racionalismo Cristão nos ensina que a intelectualidade e a espiritualidade são
duas faculdades ou atributos distintos que correm em paralelo durante todo o
processo da evolução espiritual.
Podemos,
numa encarnação, desenvolver bem ambas as faculdades, ou uma faculdade mais do
que a outra, ou até mesmo um pouco as duas, mas ambas, indispensáveis, se
complementam e convergem para a evolução total do espírito.
A
intelectualidade nos permite prospectar, garimpar, investigar o tangível e até
o intangível, utilizando seus aparelhos para se chegar com lógica e precisão à
verdade que é manancial da vida, o puro alimento para o espírito.
A
espiritualidade é a base segura, única, para o desenvolvimento da
intelectualidade. Esta bem desenvolvida, mas sem o desenvolvimento adequado da
espiritualidade, coloca os seres em permanente situação de risco, podendo ser
direcionada e aplicada para a prática do mal, para o fortalecimento das
correntes de baixas vibrações. A intelectualidade tenderá a ser aplicada sempre
para o bem, se – e somente se – for desenvolvida e erguida, tendo suas raízes
profundas e fincadas nos pilares fortes da espiritualidade.
O
exemplo a seguir ilustra, de forma acessível e inteligível, a questão
levantada:
Santos-Dumont tinha intelectualidade bem desenvolvida sobre as bases sólidas da
espiritualidade. Seus inventos foram concebidos e criados com visão altruísta
de ajuda a toda a humanidade. Quando projetou o avião, seu ideal foi aproximar
os povos, quebrando, assim, a barreira da distância que os separava. Que belo
exemplo da prática do bem! Outras nações representadas por seres com
intelectualidade e pouco desenvolvimento espiritual apropriaram-se do invento
deste iluminado espírito e o utilizaram como arma de guerra, com a finalidade
de dizimar povos, ou seja, para a prática do mal. Como este exemplo encontramos
outros de naturezas diferentes, mas de igual intensidade. Basta analisarmos os
acontecimentos contemporâneos ou fazermos uma retrospectiva histórica, que
obteremos inúmeros outros fatos que ilustram bem a questão estudada.
Quando
a parcela da Força inicia sua trajetória evolutiva se apresenta ainda, nesta
fase, com uma incipiente espiritualidade, mas espontânea o suficiente para se
fazer mover, mediante força propulsora própria, no sentido da ordem natural da
evolução.
Esta
ordem traçada pelas leis naturais determina que ambas as faculdades, a
espiritualidade e a intelectualidade, deverão ser desenvolvidas em paralelo e
com esforço próprio despendido pela partícula da Força, tendo sempre na
espiritualidade o alicerce basilar, a bússola norteadora, para o
desenvolvimento da intelectualidade durante toda a caminhada evolutiva.
Portanto,
é da espiritualidade que deve brotar a intelectualidade. A espiritualidade é
base, preenche, dá vida e significado à intelectualidade. Esta, sem a espiritualidade,
se torna vazia e sem sentido útil. A espiritualidade ilumina a
intelectualidade, permitindo ao espírito uma compreensão clara, precisa e
segura de si mesmo e de todo o Universo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme
claramente apresentado, tanto a intelectualidade influencia diretamente no
desenvolvimento da espiritualidade como também a espiritualidade influencia no
desenvolvimento da intelectualidade.
Também
ficou muito evidente que não há desculpas nem para praticar o coitadismo nem
para se envaidecer, pois com grandes habilidades surgem grandes
responsabilidades e, perante o trono do Soberano Jeová Deus, somos julgados por
nossas ações proporcionalmente segundo nossas capacidades de agir corretamente.
A
maioria dos líderes no mundo em que vivemos, religiosos, políticos, militares,
acadêmicos, etc. não são superiores perante a Jeová por possuírem status
maiores, estarem melhor engajados na sociedade ou mesmo por possuírem patamares
cognitivos e intelectual maiores. Pois como humanos somos um composto de corpo,
mente e espírito. De nada vale desenvolvermos a cognição, a intelectualidade, o
corpo e o temperamento emocional se não desenvolvermos nossa espiritualidade.
De
fato, o desenvolvimento seguro da intelectualidade se faz exclusivamente por
meio da espiritualidade, sendo o contrário resultante em caos.